sábado, 31 de julho de 2010

As grandes coisas são as coisas pequenas que nós não percebemos

Senhora F. Uma senhora que vive com o pai. Não é casada; não tem filhos, porém criou seu sobrinho como um.
Seu pai, um idoso incansável. Trabalhou por muito tempo e agora com aproximadamente 80 anos voltou a estudar. Ele é com certeza um sujeito muito incrível, muito alegre e educado. Diria até que é um exemplo pra mim pela maneira como se comporta.
Mesmo necessitando de uma cirurgia, esse senhor carismático não teve medo de encará-la. Entretanto, como foi muito demorada.. será preciso outra cirurgia pra terminar o precedimento, que até então os dois aguardavam a chamada.


28 de Julho de 2010

Para sra. F. era só mais um dia comum.
Depois do almoço seu pai apareceu no escritório onde ela trabalha. Ao receber o comunicado, foi ver o que ele desejava. A garota que ajuda no departamento apenas lançou-lhe um olhar meio preocupado, afinal já sabia o que os dois vinham enfrentando.
Ao voltar, sra. F. estava aflita e contou para a chefe que marcaram a cirurgia de seu pai e que no dia seguinte ela teria que acompanhá-lo para fazerem a internação. E assim foi aquela tarde: uma senhora trabalhando aflita demonstrando preocupação em demasia.
As cinco horas da tarde a garota foi ao banheiro e ao olhar-se no espelho sua correntinha dourada em formato de terço estava á mostra por cima da blusa e então ela apenas olhou pra sua imagem refletida e pensou "isso não é pra mim" e saiu quieta.
Na hora de ir embora, quando a garota e a sra. F. estavam arrumando as coisas, a garota tirou a corrente do pescoço e entregou para a mulher a sua frente.
- Toma. - disse ela enquanto entregava a corrente.
- O que é isso? - a senhora a olhou atônita.
- É minha corrente. Vi que você está aflita demais, é só pra dar sorte. Ta precisando mais do que eu.
- Puxa, obrigada. Mas... não é justo, é sua! - respondeu a senhora já ficando sem jeito.
- É sim, Deus é justo. Quer que eu a coloque?
- Por favor. - falou, segurando o cabelo. - Não sei o que dizer, é muita gentileza sua. Fico até emocionada.
- Ah, tudo bem. Só não vá chorar. - falou a garota depois que terminou de colocar a correntinha.







"Eu não sou o mensageiro.
Eu sou a mensagem."

And all the lights that lead us there are blinding

Eu não sei porque ela se ilude achando que é o destino que cruzou seu caminho com o dele novamente. Foi tão inacabada a forma como tudo terminou da outra vez.
E ainda é uma surpresa como ele ainda pergunta dela, sem mais nem menos agora... depois de tanto tempo sem se falarem. Sempre quando ela acha que está tudo sossegado.. o passado insiste em abalar as estruturas dela.
Pra que? Ela só quer saber o por quê.
Ela pensou que talvez dessa vez conseguisse mais do que apenas algumas horas com ele. Ela só pensou em arriscar pra ver no que daria.
Certamente não deu em nada. Observando daqui... eu realmente não sei o que dizer a ela, inocente, achando que ele ainda a quer.
O problema é se quiser mesmo? Provável que não.. mas como ela vai saber?

Eu sou o mensageiro.

"Já estamos aqui há uma hora.
Ritchie se levanta e entra no rio. A água sobe até seus joelhos. Ele diz:
- Nossas vidas são isso, Ed - ele agora está com essa história de que as coisas passam correndo pela gente. - Tô com 20 anos na cara e... - a tattoo de Hendrix-Pryor pisca pra mim sob o luar. - Olha só pra mim: não tem nada que eu queira fazer.
É inegável como a verdade pode ser brutal às vezes. Só dá pra admirá-la.
Geralmente passamos a vida acreditando em nós mesmos. "Eu tô bem", dizemos. "Tá tudo bem". Mas às vezes a verdade pega no pé e não tem santo que a faça desgrudar. É aí que percebemos que às vezes ela nem chega a ser uma resposta, mas sim uma pergunta. Mesmo agora, estou aqui pensando até que ponto minha vida é convincente.
Eu me levanto e vou pra perto do Ritchie no rio.
Ficamos os dois ali, com água até os joelhos, e a verdade acaba de arriar nossas calças.
O rio continua a correr.
- Ed? - Ritchie diz mais tarde. Ainda estamos dentro da água. - Só tem uma coisa que eu quero.
- O que é, Ritchie?
Sua resposta é simples:
- Querer."

I mean it, I promise.

Every day may not be good... but there's something good in every day.

I mean it, I promise...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

You be the anchor that keeps my feet on the past.

And I was nearly scared to death
Why you left in paragraphs?
All my sand castles fall like the ashes of cigarettes
Just to ask God the question, "Is everyone here make-believe?
With a tear in His voice, He said, "Son, that's the question."
Does this deafening silence mean nothing to no one but me?

Por que eu?

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A new day; a new page.

Vida de papel.
Oh, essa vida de papel cujo cada dia é escrito de caneta pra não poder ser apagado jamais.
Uma vez ou outra da pra usar uma dose de branquinho pra poder tentar corrigir algo aqui ou ali, entretanto todos sabemos que não da pra se apagar totalmente e simplesmente reescrever por cima. Sempre sobram rastros.
Embora desejamos poder mudar algumas coisas, o que está feito está feito.
Todo novo dia é dado um novo pedaço de papel e uma caneta pra cada um poder escrever o que quiser; tentar mudar o rumo da própria história.
Incrível que algumas pessoas conseguem dar vida ao personagem, ir pra onde quiserem, fazer o melhor que puderem mesmo quando a folha está suja e rasgada; enquanto outras que tem a folha elegante e pomposa.. deixam o personagem desnutrido de criatividade.
Bom para os que conseguem desenrolar suas hisórias com graça, aprendendo cada dia mais; os outros, os ignorantes, por mais que tentem.. terão não mais do que palavras confusas, incoerentes e embaralhadas.
O que deveria fazer todos os dias é isso, tentar dar um desfecho mais ou menos diferente a cada capítulo pra que no final quando o livro estiver completo eu poder me orgulhar da minha história.

domingo, 11 de julho de 2010

Obvious

O engraçado é quando a gente percebe que a nossa volta existe tanto e ao mesmo tempo nada.
Quando te solicitam ajuda, você ajuda e está lá sempre. Quando você precisa... só há: você e você. Ninguém move um fio de cabelo pra te acudir e você começa a deduzir o óbvio de que se as pessoas pelo qual você conforta merecem tanto esforço.
A realidade é que não merecem nada além da própria retribuição vazia que deveriam ter.
Infelizmente.. existem pessoas tolas como eu, que mesmo sabendo disso, continua ajudando.

domingo, 4 de julho de 2010

Era uma vez.



Era um vez,
Era uma vez... uma princesa de um reino muito distante. A princesa era cercada de gente de variados tipos. Ela era do tipo que conquistava todos, não só por sua bela aparência, mas por seu carisma, sua conversa, seu senso de humor e uma inteligente ousadia; As pessoas adoravam tê-la como companhia. O problema era justamente esse: ela conquistava a todos, entretanto nenhum a conquistava; eram sempre as mesmas flores, as mesmas declarações e ela estava se cansando disso.
Quase todos os dias ela passava parte da manhã na janela observando o que acontecia lá embaixo nas ruas. Certa manhã enquanto olhava o reino ela viu algo diferente. O que ela viu? Passando pelas colinas ela viu um homem montado á cavalo se aproximando e ficou debruçada no parapeito enquanto o misterioso cavaleiro ficava cada vez mais perto.
A princesa correu até a antessala, abriu um pouco da cortina e ficou olhando o homem se aproximar. Quando finalmente o cavaleiro chegou aos portões do castelo, se apresentou e os guardas liberaram sua passagem...
E então ele desceu do cavalo. Tinha a pele pálida como o mármore, cabelo negro bagunçado caindo sobre o rosto e lindos olhos azuis que se destacavam. Usava um casaco azul marinho, calças brancas, botas e tinha uma capa vermelha por cima dos ombros. Ele era deslumbrante na medida certa.
Viu a movimentação da cortina e flagrou a princesa olhando pra ele. Apenas sorriu, um sorriso que derreteria qualquer pessoa de tão encantador.
E a princesa? Descobriu que ele era um príncipe do sul que cavalgou quilômetros pra conhecer a misteriosa princesa de que falavam tão bem.

Pois é,
Era uma vez..
Era um sonho; era um pensamento; era uma estória; era uma ideia, era uma utopia..
Poderia ser tudo, qualquer coisa, menos uma vez.