Era fim de tarde já, o carro estava cheio rumo a praia. Depois de 4 horas chegamos no apartamento, cada um escolheu seus respectivos lugares enquanto eu deitei na rede tentando não pensar em nada, afinal se nem gosto tanto assim de praia, só vou mesmo pra "mudar" o ambiente, descontrair, pensar em qualquer coisa menos na vida que tenho levado.
Passado um tempo chamaram pra fazer um luau e lá vamos todos badernar na praia. Depois de muita música, cantoria aos berros, bebidas, risos e conversas o pessoal começou a cansar e querer voltar.
Era tarde já, não aguentava mais me mexer de um lado pro outro sem conseguir dormir. Que porra de mente é essa que não se desliga nem no extremo cansaço? O calor também não estava ajudando muito, fui até a praia e fiquei olhando pro mar... ouvindo o barulho das ondas, me concentrando só nesse momento de paz.
Não peguei nada, nem celular, nem dinheiro, muito menos chinelo. Me desconectar totalmente de tudo pra sentir a brisa do mar, os pés descalços na areia, quando me deparo com ele... parado perto do mar.
- Você por aqui? - abri um sorriso
- Pois é, insonia e a noite ta bonita demais pra desperdiçar.
Sentei na areia, ele deitou no meu colo; a gente já tinha uma certa intimidade, diria até que se tratava de uma mútua cumplicidade. Ficamos os dois lá simplesmente curtindo a noite e a companhia um do outro sem precisar dizer qualquer coisa a mais. Não havia necessidade de falar algo, os gestos berravam mais que qualquer palavra.
Fiquei brincando com o cabelo dele, cochilou enquanto eu viajava em nostalgia. Depois de um tempo dei um beijo na testa dele, o céu começou a ficar cada vez mais claro, tive que acordá-lo pra ver isso. Sentou do meu lado, encostei a cabeça no seu ombro e assistimos o nascer do sol quando ele inclinou o rosto pra mais perto e disse:
- Eu sempre quis fazer isso...
You could be empty
And I can be right here empty with you...
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