"Você enjoa de cheiros, sabores, lugares, coisas, por que não enjoaria de pessoas?"
Eu não falo de dor, eu falo da estranha sensação que é não sentir nada.
"Você enjoa de cheiros, sabores, lugares, coisas, por que não enjoaria de pessoas?"
Eu não falo de dor, eu falo da estranha sensação que é não sentir nada.
Já ha algum tempo venho tentando escrever sobre isso. Entretanto só peguei o caderno agora devido as circunstancias: deitada ao lado da janela sentindo a brisa fresca da chuva e observando o céu em noite nublada.
A chuva por definição do dicionário significa água que cai das nuvens; abundância (do que sobrevém); para outros trata-se apenas de um fenômeno da natureza; para mim costuma ser muito mais do que isso.
Quando era mais nova minha mãe e pai costumavam dizer que quando Papai do céu estava triste. padecendo em decepção aos humanos, ele chorava e suas lágrumas representavam as gotas de chuva. Hoje, sei que não é bem assim.
Já vi chuva de fogos, li sobre chuva ácida, e agora dedico aqui a minha chuva de palavras.
Quando o dia está muito quente logo fico almejando que o tempo mude e desabe o mundo em água. Às vezes chega até a acontecer e quando ocorre de ameaçar uma tempestade, tudo mudo; o vento sopra mais gelado, mais úmido e sobe um odor maravilhoso de terra molhada.
Assim como o ar, a chuva tem o poder de lavar almas. No ápice da tristeza se você tiver a oportunidade de se deparar com uma tempestade então não corra... se deixe molhar e aproveite a sensação que isso lhe propiciará. Imagine que suas mágoas transpareceram tanto ao ponto de você parecer estar sujo por elas e deixe que cada gota de chuva te lave, lave sua alma o deixando transparente para recomeçar de um jeito melhor.
Gosto de pensar na chuva dessa forma, como um novo começo.
Quarta-feira.
Acordei, puxei a cadeira de palha da vó até uma sombra no quintal. Sentei e peguei um livro para acabar de ler. Havia marcado a página na crônica "coisas abomináveis" de Paulo Mendes Campos. Agora, já de noite, estou a algumas páginas de terminar o tal livro As cem melhores crônicas brasileiras porém cansei de ler, lembrei da crônica do Paulo e resolvi fazer uma minha.
Coisas abomináveis.
Programação de televisão aos domingos; horário político; filme pela metade; cinema em dia de estréia; crianças mimadas; bebê chorando; modem queimado; amigo interesseiro; pretendente não correspondido; falar de si mesmo; atender telefone; sol escaldante; trem lotado; ônibus lotado; pessoas sujas; pessoas falando no cinema; falar sobre o que não conhece; pés molhados em dia de chuva; verão sem ventilador; medo do escuro; medo de fantasma; incômodo com o silêncio; arroto; se fazer de vítima; cansaço de não fazer nada; ter vontade de sair e não ter pra onde ir; ter pra onde ir e não ter com quem sair; música em inglês cantada errada; seriado americano dublado; latido de cachorro dentro de casa; dor nas costas; indisposição; aula de matemática; praia lotada; lixo na praia; coca-cola sem gás; parentes falsos; amor; saudade.
Coisas deleitáveis.
Vento de chuva; cheiro de terra molhada; banho de chuva; noite; amigos presentes; surpresas; comer sucrilhos sentada no tapete da sala do pai; ver desenho de manhã; comida japonesa; contemplar o crepúsculo; roupa de inverno; pessoas no inverno; ventilador; viagem; família; banho quente; massagem nas costas; cuidar dos amigos; falar besteira; pedir conselhos; contemplar o céu; encontrar pessoas; trakinas com coca-cola; ver filme debaixo de cobertor; ler; ter companhia; ir ao parque; ir ao parque de diversões; ver seriados; admirar pessoas elegantes; brincar com o cachorro; acordar em dia nublado; ouvir música alta sozinha em casa; cozinhar; tirar fotografia; cantar junto com a música; jogar softball por diversão; rir sozinha; escrever; ler na praia; banhar-se no mar; aprender ouvindo os outros; observar; almejar alguém; jogar video-game; experimentar as próprias roupas; fazer combinações; desenhar; conversar com amigos por mensagem; fazer compras em super mercado; lavar o rosto ao acordar; sol morno em dia frio; correr risco; se inspirar; deixar-se amar; lembranças; saudade.
Engraçado, quanto mais a gente cresce vai ficando sem graça. Nas comemorações do ano começam a ser raros os presentes ganhados; os aniversários não são mais tão cheios.
Os contos de fadas perdem a graça dando pleno lugar à realidade; os sonhos não são mais sonhos... agora denominam-se objetivos.
A areia da praia que tanto serviu para diversão em outros tempos já não é mais tão boa, incomoda; as pessoas também começam a incomodar por serem, na maioria, hipócritas, dissimuladas que só te procuram quando precisam de algo. Não existe mais a ingenuidade que costumavam ter.
Ler não é mais tão chato, até torna-se um hábito. Quando somos novos, não vemos os perigos, tudo é festa; quando crescemos nos tornamos cautelosos com medo de levar um simples tombo. E se caímos não damos risada disso, nos envergonhamos.
A escola já não importa mais, foi uma época da vida que já está concluida e agora paramos e vemos o grande mundo que temos, as variedades de escolhas; paramos com nossos diplomas na mão e pensamos "e agora?"
E agora? E agora nós crescemos, mesmo que pra família sejamos eternas crianças.
Mais um ano terminando, porém o primeiro do qual registro os acontecimentos mais marcantes.
A começar pelo término do colégio. Adeus escola, até nunca mais! :D Finalizar o terceiro ano do Ensino Médio significa que agora é que a vida começa; as pessoas exigirão mais maturidade, responsabilidade e o que tenho mais certeza é que meus pais exigirão um trabalho.
O primeiro dia desse ano foi realmente marcante, sei que nunca esquecerei; eu estava com meus amigos e com que um dia eu gostava muito porém nao demonstrava com medo de parecer frágil demais. O que importa é que comecei o ano com eles. Depois de um tempo namorei, um namoro que não conta pois durou apenas quatro dias haha.
Descobri que alguém já algum tempo escondia os sentimentos por mim, começou a expo-los de modo a me pressionar. Namorei com ele por cinco meses e esse namoro só me rendeu à perda de uma amizade um dia significante.
Me aproximei de umas amigas enquanto outras se afastaram de mim; me apaixonei por alguém cujo seu toque não tive o privilégio de sentir, agora.. procuro me desiludir.
Li dez livros e meio ao decorrer do ano! Poxa, dez! *-* Disso me orgulhei haha fui praticamente sem dormir fazer o primeiro dia do exame Enem; meu aniversário foi um lixo e tornei-me mais caseira.
Fiz um curso de jovem aprendiz com meu irmão no começo do ano, estagiamos não remuneradamente do Citibank e não conseguimos um trabalho. --'
O que espero do próximo ano é muita inovação. Quero conhecer pessoas novas, ir a lugares em que nunca estive, conhecer ou descobrir, em meio aos já conhecidos, alguém que eu goste e goste de mim. Não esquecendo... que isso são apenas expectativas, o que sempre me decepciona.
Eu realmente gostaria de saber o que pensar, saber o que você pensa porque não tenho entendido muito bem.
Sempre quando acho alguém que "dá certo" comigo algo contribui para não haver uma continuidade. Então sempre será assim? Achando pessoas certas que me são tomadas aos poucos conforme o passar dos dias?
Seria tão mais fácil saber oq ue acontece depois, o que vem a seguir porque ultimamente tenho sentido um desespero tão grande por carregar tanto sentimento dentro de mim e simplesmente não saber o que fazer com ele; Só preciso de um abraço agora, seu abraço e que você me diga, bem de pertinho, que tudo irá ficar bem.. para nós dois.
Se tudo está mais ou menos normal.. por que eu sinto como se tivesse te perdendo?
Mas como se perde algo que a gente não tem?
O amor mais puro que pode e poderá existir pra mim é o meu amor por ela.
Necessita de mim como necessito dela, cuidamos uma da outra; é quem não me julga, me ama assim imperfeita. É quem sempre está aqui ao meu lado; e mesmo nos meus dias de mau humor.. ela vem me receber radiante como sempre. Em dias de chuva vem correndo afobada e não para de pular.. me irrita, brigo com ela, mas logo ela está perto.. olhando com aqueles olhos indescritíveis.
Quando não estou ela chora. Não existe nenhum como ela, nenhum outro faz o que ela faz, como faz. Ela é diferente, ora gato, ora quase humana, nunca um verdadeiro cachorro.
É folgada, é preguiçosa, porém tem provado que nos protegerá acima de tudo.
Ela? É minha favorita, minha companheira. Minha Meg.
♥
Tudo em você é falso.
O modo como fala, se veste, anda, opina. Antes você era do jeito. Antes você agia de um modo, sabia quem era você.
Hoje, falar palavrões e tentar ser "do inferno" não te faz melhor. Isso é só a minha observação e não me baseio só no agora, mas sim desde quanto te conheço.
Avisar não adianta, as pessoas não são muito receptivas rem relação às críticas e é por isso que eu escrevo.
Ninguém precisa ler, nem saber. Escrevo pra ficar bem comigo apenas.
Você se diz amiga, pra mim não é tanto. Amigos sabem falar e, principalmente, ouvir; você não tem ouvidos pras coisas que não falam de você porque é egocêntrica.
E também, ser autêntica é uma coisa que vem de dentro, das próprias ideias e não de juntar vários gostos e dizer que sempre foi assim.
Mudanças exteriores são e serão inevitáveis, entretanto as mudanças de atitues, jeitos, nunca mudará. Podem até haver algumas mudanças, porém ninguém foge muito tempo do que realmente é.
Agora me diz, quem você quer ser hoje? Ou melhor, quem você quer enganar hoje? aos que estão a sua volta ou a si mesma?
Um dia desses um amigo me disse que agora sentia-se livre, que antes parecia que algo o "segurava".
Hoje pensei e acho que sei o que poderia ser. A razão.
Ah, a razão! Esse julgamento tão sensato para tomar decisões ponderadas, porém às vezes nem tão ponderadas assim. Essa mesma sensação tão essencial, em demasia torna-se um estorvo reprimindo sentimentos e alguns dos mais profundos desejos.
Saber equilibrar esses dois lados da balança é uma proeza. Pessoas sensatas demais se tornam amargas, sufocando suas verdadeiras vontades.
Se você sentir que ultimamente parece mais com qualquer outra pessoa do que com você, observe porque há algo errado. É difícil chegar a um consenso diante desses dois segmentos tão distintos.
Depois que meu amigo me disse o dilema que passara e a solução que obteve, percebi que foi quando ele começou a agir como realmente queria, que se sentiu mais livre de si mesmo.
Lembrei que não é só ele que se sente assim, muitas pessoas passam por situações parecidas, entretanto não têm a mesma coragem que ele teve de enfrentar os questionamentos que sua própria mente indagava e enfim libertar-se da razão que o encarceirava.
Talvez, talvez.
"A amizade crescera entre eles, surda, sem confidências. José do Egito, de longe, desejava revê-la, na esperança de repousar em sua companhia. Na verdade, ia encontrando nela uma certa tranqüilidade. Estavam longe os cálculos do dia em que a conhecera. [...]
Era sempre assim: Estela o atraía de longe, vinha a ela como quem vai a uma praia. De perto alguma coisa nela o agastava. A referência ao namorado, talvez, naquele momento. Não tinha efusões com ela, não era de confidências, mas acostumara-se a pensar na moça como em seu repouso. A irritação passaria; quando se fosse, Estela readquiriria a aura e ele voltaria a imaginá-la como dantes. Viera procurá-la para afrouxar os nervos da tensão dos últimos dias. Precisava que alguém partilhasse do seu êxito, se alegrasse com a notícia que seria o diretor da rádio. Que o Presidente gostava dos seus artigos. Que era uma pessoa influente.
Sua vida ia para a frente, Dona Das Dores não lhe armara complicações e parecia, ao contrário, empenhada em apressar seu casamento com Glorinha. Estimulava coincidências, interessava-se pela filha, alcovitava, enfim.
Não diria essas coisas a Estela, não era de dizer nada. Mas a presença dela, ou a idéia dela, o ajudava a ser feliz, a sentir a glória dos seus dias."
Sempre vai ser importante pra mim, sendo inconstante ou não. ♥
Trechinho que curti do livro "o vendedor de sonhos - o chamado".
" - É melhor carregar do que ser carregado. É melhor suportar do que ser suportado.
E disse-me algo que mais uma vez colidiu frontalmente com meu ateísmo:
- O deus contruído pelo homem, o deus religioso, é implacável, intolerante, exclusivista, preconceituoso. Mas o Deus que se oculta nos bastidores do teatro da existência é generoso. Sua capacidade de perdoar não tem bom senso, nos estimula a carregar os que nos frustram tantas vezes quanto forem necessárias."
pág. 168
Bando de hipócritas! Argh, eu só atraio zica. ¬¬ Parece que eu sou a verdade em meio a tantas mentiras. Vocês não se cansam, não? Não quero persuadir ninguém, só não quero falsidade perto de mim. Vamos. Tirem as máscaras. Ou já estão a tanto tempo com elas que já nem sabem mais quem vocês realmente são?
Cansei de perdoar todo mundo sempre sem querer nada em troca. Já os outros.. esperam eu cometer um deslize pra fazerem intriguinhas e se acharem os fodões no direito de me julgar.
Meus caros amigos hipócritas, vocês me consideravam fria? agora verão realmente o que é frieza.
Não desejo mal a ninguém, só não vou estender a mão quando vocês quiserem ajuda para se levantar.
Hoje vou postar a cronica que eu fiz [que eu nem sei se é cronica :B] e consegui ganhar o concurso do meu curso. hahaha :D Nem ficou tão boa, mas tudo bem. Ai vai :D
A sorte de um azarado
Avistei um espectro de longe que me lembrava “A morte” dos gibis de Mauricio de Souza. Comecei a correr o mais rápido que pude. Eu estava em um corredor verde cheio de portas brancas com formatos estranhos. Todas inúteis, pois nenhuma estava aberta.
Olhei para trás e o ser estava perto, muito perto, foi quando senti algo estranho no meu pé.
Desesperado, acordei ofegante e assustado. Comecei a conferir se meus membros estavam todos no lugar. Quando olhei minha perna, Cockie, meu cachorro estava babando no meu pé. Suspirei, tinha sido apenas um pesadelo.
Olhei para o relógio, os malditos ponteiros marcavam 07:45AM, eu estava atrasado. Dei um pulo da cama e, na pressa, pisei no brinquedo do Cockie que fez um pequeno corte no meu pé.
Xinguei mentalmente e veio a tona o pensamento de que hoje vai ser m dia daqueles, continuei a me trocar apressado e corri pro carro a fim de dirigir o mais rápido possível.
Cheguei na empresa 08:15AM, chamei o elevador e enquanto esperava, eu estava rezando, fazendo todo tipo de “reza braba” para que meu chefe não tivesse chegado ainda para não perceber meu atraso.
Quando a porta do elevador se abriu, entrei apressado e sem nem olhar e logo apertei o número 8, do meu andar. Só depois disso percebi que havia mais alguém no elevador... era Andrew, um alemão dos olhos bem azuis, alto e estava com seu terno cinza de sempre, ele é meu chefe.
Suei frio, lhe disse bom dia e quando o elevador se abriu andei tão depressa que logo estava na minha mesa. Sentei na cadeira, liguei o computador e fiquei alguns instantes observando o cadeado branco e preto do armário. Meu chefe me olhava com uma cara estranha, decidi começar a fazer o meu trabalho.
Na hora do almoço fiquei por aqui mesmo, adiantando o serviço já que eu havia esquecido minha marmita encima do balcão da cozinha.
15:30 – Eu não acredito que estou com tanto tédio ao ponto de contar quantos tacos de madeira compõem o piso. Contei até o 72, depois cansei e parei de contar. Olhei para a tela preta de descanso do computador, hesitei, porém abri uma página de internet e resolvi jogar algo online.
Todo empolgado, jogando Mario World, diria que eu parecia uma criança de 10 anos. Estava todo concentrado, ainda tinha 3 vidas quando ouvi alguém dizer:
- Jogo legal. Me passa o link depois?
Olhei para trás, era meu chefe me pedindo o link daquele jogo infantil. Ele saiu andando, sem esperar uma resposta, me deixando confuso sobre a intenção dele ao dizer isso. Credo, ele parece um fantasma, ainda perderei o emprego se ele continuar a aparecer do nada.
Acabei meu trabalho e lá estava eu, novamente, contando os minutos para ir embora. Fiquei alguns instantes organizando minha mesa, caneta vermelha com caneta vermelha, azul com azul e assim por diante. Desliguei o computador, eu estava levantando quando vem “seu” Andrew na minha direção.
- Arthur... – disse ele com uma longa pausa.
Pensei “é agora, vai me demitir”. Comecei a ficar meio deprimido quando ele me interrompeu, dizendo:
- Sabe, eu estava olhando o banco de dados e vi que hoje é seu aniversário, portanto, parabéns. – Estendendo a mão.
- Ah! É mesmo. Muito obrigado, “seu” Andrew. – Apertei sua mão.
Já passara das 17:00, tropecei na minha mala e fui chamar o elevador. Ao entrar, prendi meu sapato no vão entre o elevador e o chão. Como consegui essa proeza? Nem eu sei... Desprendi meu sapato e apertei o botão do andar térreo.
Fui pegar meu carro, lindo, preto, um new beatle fabuloso. Dirigi um pouco até ficar preso em um trânsito a três quadras de casa. Esperei por 30 minutos e quase não saí do lugar. Me irritei, estacionei por ali mesmo e decidi ir andando.
Bati a porta com uma certa força e fui caminhando. Eu estava tão perto, a um quarteirão de casa, começou a chover.
Era só o que faltava! Quase chorei junto a chuva de tanto azar que esse dia me trouxe.
Ao chegar vi algumas coisas da minha casa meio fora do lugar. Ótimo, um assalto! Abri a porta, já decepcionado para confirmar minha teoria. Quando acendi a luz...
Estavam todos, amigos, familiares e ela, especialmente ela, minha namorada me esperando com um grande bolo de aniversário de chocolate. Todos gritaram:
- Surpresa!
Fiquei feliz ao lembrar que por mais que o dia tivesse sido ruim, o término dele foi maravilhoso. É tão incrível o poder que as pessoas têm em mudar nosso dia com pequenas coisas. Hoje me considerava azarado, depois que vi as bexigas coloridas enfeitando minha sala e todos me recebendo, percebo que aqui está a minha sorte.